Festival de Almada 2015
Há 32 anos a brincar com coisas sérias Rita Bertrand, revista Sábado, 2 de Julho
O 32.º Festival de Almada ficou marcado pela presença de criadores como Christoph Marthaler, Katie Mitchell, Peter Stein, Matthias Langhoff — e de companhias como o Berliner Ensemble ou a Schaubühne de Berlim. Dos 27 espectáculos que integraram a programação de 2015, 20 foram apresentados em Almada. Um ciclo dedicado ao ‘novíssimo teatro espanhol’ trouxe a Almada cinco jovens criadores do país vizinho. O encenador alemão Peter Stein foi o responsável pela segunda edição do programa de formação ‘O sentido dos Mestres’, que decorreu na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea. A animação de rua estendeu-se à Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas, e à Praça da Portela, no Feijó, ao passo que na Esplanada da Escola D. António da Costa foram apresentados 20 concertos de entrada livre. O jornal L’Humanité sublinhou a “programação radiosa” da XXXII edição do Festival, ao passo que o El Mundo elogiou “os espectáculos surpreendentes de Almada”, considerados “esplêndidos” pela revista Artez.
Espectáculo de Honra
AL PANTALONE Teatro Meridional
Espectáculos
King size. Encenação de Christoph Marthaler. Théâtre Vidy-Lausanne – Suíça
Escrever, falar, de Jacinto Lucas Pires. Encenação de Jorge Silva. Teatro dos Aloés
Hamlet, de William Shakespeare. Encenação de Luis Miguel Cintra. Co-produção: Teatro da Cornucópia /CTA
Sei de um lugar. Texto e encenação de Ivan Morales. Producciones Prisamata – Espanha
Última transmissão, de Enrique e Yeray Bazo. Encenação de Diego Enríquez. ES.ARTE – Espanha
E os tempos mudam…, poemas de Bertolt Brecht musicados por Paul Dessau, Hanns Eisler, Kurt Weill e Tobias
Schwencke. Direcção de Manfred Karge. Berliner Ensemble – Alemanha
Your Best Guess, de Chris Thorpe. Encenação de Jorge Andrade. mala voadora
Iluminação, de Joanna Murray-Smith. Encenação de Aurora Cano. Dramafest – México
Os acontecimentos, de David Greig. Encenação de António Simão. Artistas Unidos
Quatro santos em três actos, a partir de Virgil Thomson e Gertrude Stein. Encenação de António Pires. Teatro do Bairro
Devoração. Criação colectiva. Encenação de Maxime Franzetti. Théâtre du Balèti – França
Um museu vivo de memórias pequenas e esquecidas, de Joana Craveiro. Teatro do Vestido
Os nadadores nocturnos, de José Manuel Mora. Encenação de Carlota Ferrer. DRAFT.INN – Espanha
O regresso a casa, de Harold Pinter. Encenação de Peter Stein. Teatro Metastasio Stabile della Toscana – Itália
O ginjal, de Anton Tchecov. Encenação de Roberto Bacci. Teatro Nacional de Cluj-Napoca – Roménia
A dama do mar, de Henrik Ibsen. Encenação de Paulo de Moraes. Talu Produções – Brasil
Hotel da Bela Vista, de Ödön von Horváth. Encenação de Paolo Magelli. Teatro Metastasio Stabile della Toscana – Itália
A minha Pedra de Roseta, de José Ramón Fernández. Encenação de David Ojeda. Palmyra Teatro – Espanha
O espectador condenado à morte, de Matei Vizniec. Encenação de Razvan Muresan. Teatro Nacional de Cluj-Napoca – Roménia
A menina Júlia, a partir de August Strindberg. Encenação de Katie Mitchell e Leo Warner. Schaubühne am Lehniner Platz – Alemanha
Britânico, de Jean Racine. Encenação de Nuno Cardoso. Ao Cabo Teatro
A tempestade, a partir de William Shakespeare. Encenação de Marta Pazos. Voadora – Espanha
Fúria avícola, de Rafael Spregelburd. Encenação de Rafael Spregelburd e Manuela Cherubini. Teatro Stabile di Innovazione del Friuli – Itália
Kafka apaixonado, de Luis Araújo. Encenação de José Pascual. Centro Dramático Nacional – Espanha
Cinema Apolo, de Michel Deutsch e Matthias Langhoff. Encenação de Caspar Langhoff e Matthias Langhoff. Théâtre Vidy-Lausanne – Suíça
BG, Programa de homenagem ao Ballet Gulbenkian. Coreografias de Hans van Manen, Ohad Naharin, Olga Roriz e Vasco Wellenkamp. CNB
Al Pantalone, de Mário Botequilha. Encenação de Miguel Seabra. Teatro Meridional.
Leitura encenada de Münchausen, de Lucía Vilanova. Direcção de Cristina Carvalhal. Causas Comuns
Leitura encenada de Atra Bilis, de Laila Ripol. Direcção de Natália Luiza. Teatro Meridional
Leitura encenada de NN12, de Gracia Morales. Direcção de Luís Vicente. A Companhia de Teatro do Algarve
Leitura encenada de Dentro de la tierra, de Paco Bezerra. Direcção de Elsa Valentim. Teatro dos Aloés
Rogério de Carvalho
personalidade homenageada
Rogério de Carvalho, que eu saiba, não é ou foi director, fundador de companhias, nem encenador ‘residente’ em alguma, mesmo quando reconhecemos afinidades electivas com As Boas Raparigas, o Ensemble, a Companhia de Teatro de Almada, o TEUC, a Escola da Noite. Seria interessante analisar os regressos a casa seguidos de novas partidas, ou as formas discretas de trabalho com grupos que se organizam em torno dos seus encenadores e directores, mas que convidam Rogério de Carvalho para projectos a partir dos quais nascem cumplicidades. As companhias e os actores vão mudando, as peças e os autores vão regressando e a nós, espectadores, cabe continuar a seguir Rogério de Carvalho e o seu teatro com prazer e proveito.
Maria João Brilhante
Prémio Internacional de Jornalismo Carlos Porto
INÊS NADAIS . Público
ALMADA THEATRE FESTIVAL CELEBRATING
THEATRE AND ARCHITECTURE IN LISBON
No âmbito da 32.ª edição do Festival de Almada, a cidade irá acolher uma série de eventos dedicados à relação entre teatro e arquitectura, através da iniciativa Dar lugar ao acontecimento, com a participação de Luis Amália Rodrigues Carnero, Tim Simon e João Quintela, entre outros.
João Quintela, BMIAA – Bigmat International Architecture Agenda, Julho de 2015