Festival de Almada 1984
Começa amanhã em Almada Semana de Teatro Amador Diário de Lisboa, 5 de Julho de 1984
A primeira edição do Festival de Almada contou com a presença de grupos amadores, a maior parte oriundos do próprio concelho de Almada. Apesar de ser divulgada como uma mostra de teatro amador, a então Festa de Teatro de Almada já se pautava por um considerável nível de qualidade, tendo o espectáculo de abertura (George Dandin, de Molière, pelo Grupo Amador de Teatro da Academia Almadense) sido considerado pelo jornal DoLo (5 de Julho) “o melhor do distrito de Setúbal no IV Festival de Teatro de Amadores patrocinado pela CGTP-IN”. As sessões (sete no total) aconteceram num palco montado no Beco dos Tanoeiros, em Almada Velha. A escolha deste local prendia-se com um objectivo que seria sistematizado nas edições seguintes: a revitalização da zona velha de Almada, que apenas os habitantes da própria cidade conheciam e cuja configuração urbanística e social pouco tinha a ver com o ‘dormitório’, que se avistava da outra margem do Tejo.
Espectáculos
George Dandin, de Molière. Encenação de Joaquim Benite e José Martins. Grupo de Teatro da Academia Almadense
Guerras de Alecrim e Manjerona, de António José da Silva. Encenação de Hermínio Fernandes. Grupo de Teatro da Sociedade Guilherme Cossoul
Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim, de Federico García Lorca. Encenação de Joaquim Benite. Teatro Borda d’Água
Gota de mel, de Léon Chancerel. Encenação de José Mora Ramos. Grupo de Teatro da Comissão de Moradores do Feijó
Farsa do advogado Pathelin, de anónimo francês do século XV. Encenação de Jorge Silva. Projecto Vagabundo
Café Orion, de Rui Mesquita. Encenação de Luís Vicente. Grupo de Teatro da Escola Secundária do Feijó
Na casa de Mestre Pathelin, de anónimo francês do século XV. Encenação de Fernando Jorge e Vítor Gonçalves. Grupo de Teatro da Academia Almadense
Começa amanhã em Almada
Semana de Teatro Amador
uma organização da Câmara
A presente Semana de Teatro Amador de Almada, que resultou duma proposta do Grupo de Campolide – Companhia de Teatro de Almada, e vive do seu empenhamento, assume-se como um esforço de arranque para um projecto de crescente dimensão, a desenvolver nos próximos anos.
Nele são visíveis dois traços dominantes: trazer o Teatro para a rua (onde nasceu), e fomentar o ressurgimento duma expressão cultural, com largas tradições nas colectividades do Concelho. Esta Semana estimula e dá continuidade ao trabalho de diversos grupos amadores que, mercê do apoio técnico e artístico prestado pelo “Campolide”, têm emergido pujantes de vigor, constituindo simultaneamente um convite ao aparecimento de outros agrupamentos e vontades.
Sendo o Teatro, sobretudo o amador, uma forma privilegiada de materializar os objectivos culturais prosseguidos pelas Autarquias locais democráticas, porfiaremos para que o bom sucesso desta iniciativa se possa prolongar por contínuos e acrescentados êxitos.
Dr. Eduardo Costa. Vereador do Pelouro do Ensino, Cultura e Tempos Livres da Câmara Municipal de Almada