Actos Complementares

Homenagem a José Manuel Castanheira

EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL

O meu nome é cenografia

“Ao longo dos anos dei-me conta de como os campos por onde me movo estão ligados e de como em tudo irradia uma vontade de inventar mundos paralelos. O desenho à mão foi sempre uma constante. Uma obsessão pelo esquiço, pelos blocos, lápis e canetas. A casa inundou-se de cadernos repletos de pequenos mapas imprecisos; esboços de uma gramática particular que anseiam fazer parte de outras histórias e deixarem de ser só meus. O desenho que me ensina a ser, a ler, a mostrar, a organizar as ideias, que são muitas. Sempre o mesmo gesto; donde virá essa vontade? Desde aqueles riscos, qual teia de aranha que a Mila mostrou à Fernanda Lapa (1973), acontecimento que me abriu a porta do teatro, ou dos livrinhos de bonecos que ainda criança encostava contra a vidraça da janela para a malta que na aldeia se sentava na rua a ver. Sem querer ser exaustivo, para esta retrospectiva, mostro em seis partes uma floresta particular, com origem no desenho, onde a toda a hora me perco”.
(José Manuel Castanheira)

1. Cenografia de 1973 a 1998 2. Cenografia de 1999 a 2022 3. Arquitectura Teatral e Efémera 4. Pintura 5. Desenho 6. Pedagogia, Livros, Cartazes, Design

ALMADA

ESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA . Sala Polivalente

De 04 a 18 JUL

das 18:00 às 24:00

INSTALAÇÃO

A nudez do cenógrafo e a perplexidade do espectador

O cenógrafo está sentado no seu observatório tal como a criança no alto da mais velha figueira do quintal. Mas, no teatro, procura um lugar impossível de onde possa ver ao mesmo tempo actor e espectador. É o lugar onde assiste à representação da vida e pressente que uma qualquer metamorfose se aproxima. Entretanto o espectador, inquieto, quer perceber por que razão o actor não é feliz. Invade o pensamento com perguntas sem resposta e confere que afinal se assemelha a ele, perdido entre escombros, dúvidas e mistérios. O cenógrafo, que está fora de campo, deambula pelos seus lugares de voyeur, nas fendas das paredes, portas entreabertas, biombos, clarabóias e postigos, recantos esquecidos ou tapumes. Despe a pele dos acontecimentos, nudez que lhe permite vaguear também pelas salas de espera sem ser visto. Entre ruínas almeja recuperar o olhar congelado das estátuas. Mas em todo o lado o ruído das linguagens é insuportável. Sem alternativa, procura o silêncio onde a poesia do mundo sobrevive. Exausto, senta-se na pedra da paciência. E é então que surgem as melhores ideias.

ALMADA

ESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA . Átrio

De 04 a 18 JUL

das 18:00 às 24:00

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