40º Festival AlmadaEspectáculos portugueses

Aquilo que ouvíamos

Texto e direcção de Joana Craveiro

Teatro do Vestido (Lisboa)
Co-produção: EGEAC – São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional São João e Teatro do Vestido
Apoios: FX Road Lights e Largo Residências

Co-criação e interpretação
Estêvão Antunes
Inês Rosado
Joana Craveiro
Tânia Guerreiro
Músicos convidados
Bruno Pinto
Francisco Madureira
e os Loosers (José Miguel Rodrigues, Miguel Abras e Rui Dâmaso)
Participação especial
Ricardo Jerónimo
Sónia Guerra
Tatiana Damaya
Colaboração criativa
Sérgio Hydalgo
Cenografia
Carla Martinez
Figurinos
Tânia Guerreiro
Imagem
João Paulo Serafim
Vídeo em directo
João Paulo Serafim
Henrique Antunes
Sónia Guerra
Tatiana Damaya
Desenho de luz
Leocádia Silva
Operação de luz
Rodrigo Lourenço
Desenho de som
Pedro Baptista,
Sérgio Milhano (PontoZurca)
Direcção de produção
Alaíde Costa
Assistência de produção
Rita Conde
Apoios
Câmara Municipal de Lisboa – Polo Cultural das Gaivotas, Centro Cultural Vila Flôr, FX Road Lights,IEFP – Medida ATIVAR.PT, Largo Residências

Língua
Português
Duração
1h50m
Classificação
M/12
(Este espectáculo contêm luzes estrobóscopicas)

Houve um tempo em que a música era algo palpável e material. E houve uma década, os anos oitenta do século XX, em que vários suportes se misturavam. Ainda havia cassetes, e o vinil ainda não tinha sido substituído pelo CD. É desses anos que fala Aquilo que ouvíamos, um dos projectos mais recentes de Joana Craveiro e do seu Teatro do Vestido, estreado em Junho de 2021 na discoteca Lux/Frágil, em Lisboa. Por se tratar de um espectáculo habitado por pessoas implicadas, a tralha arqueológica e a nostalgia são neste caso postas de lado. Não estamos perante um regresso a uma espécie de ‘bons velhos tempos’. Visita-se, isso sim, um tempo em que a música conferia uma identidade e uma pertença.
Peça-concerto composta pelas vivências musicais do seu elenco-banda — quatro actores e cinco músicos —, Aquilo que ouvíamos consiste numa viagem de regresso aos anos formativos da adolescência. Nessas “histórias da música”, conta-se como a sua materialidade era tão importante: compravam-se vinis com as curtas mesadas, estudava-se as suas capas, lia-se as letras neles impressas. Trocava-se esses discos, e fazia-se amigos nessas trocas. Exibia-se um álbum de eleição como uma insígnia, sinalizando assim uma posição face aos pares e demarcando-se deles. Gravava-se cassetes a partir de vinis emprestados, de concertos raros, ou de programas de rádio improvisados em casa — preciosas provas de quem se era. Este espectáculo redime um passado — “um tempo em que havia tempo” — com a ternura e a ironia de o saber perdido. Mas ainda bem presente, nos vínculos que pela música se criaram e que ainda perduram.


EN In Aquilo que ouvíamos [Stuff We Used to Listen To], Joana Craveiro revisits a time when music gave its listeners a sense of identity and belonging. This concert-play, based on the musical life experiences of its band/cast — four actors and five musicians (including the Loosers) that are the authors of the project’s original soundtrack —, is a journey back to the formative years of adolescence in the 1980s and 1990s. Aquilo que ouvíamos revives a past, “a time when we had time”, with full tender and ironic awareness of its being lost, and yet present in the identity-developing bonds that were created through music and still persist.


ALMADA

Escola D. António da Costa . Palco Grande

QUI 06

22h00


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