40º Festival AlmadaEspectáculos portugueses

Não andes nua pela casa!

Texto de Georges Feydeau | Encenação de João Mota

Comuna – Teatro de Pesquisa (Lisboa)

Tradução
Luís Vasco
Intérpretes
Hugo Franco
Maria Ana Filipe
Rogério Vale
Luís Garcia
Miguel Sermão
Espaço cénico
João Mota
Desenho de Luz
Paulo Graça
Execução do figurino
Clarisse Ventroux
Mestra Rosário Balbi
Figurinos
Carlos Paulo
Coreografia do tango
Samanta Garcia

Língua
Português
Duração
1h20m
Classificação
M/12

AComuna está de regresso ao Festival, com uma agitada comédia daquele que é considerado o ‘rei do teatro de vaudeville’: o dramaturgo francês Georges Feydeau (1862-1921). Não andes nua pela casa! deixa-nos a breve trecho sem ponta de fôlego, graças à atenção necessária para não perdermos pitada das peripécias e do frenesim que se sucedem em cena. O deputado Ventroux está em pé-de-guerra com a sua mulher, Clarisse, uma vez que a senhora não é pura e simplesmente capaz de largar o (mau) hábito de passear- se por casa em trajes menores. Pois eis que hoje mesmo este ambicioso deputado se prepara para receber em sua casa o Presidente da Câmara (e influente industrial) Sr. Hochepaix, que poderá franquear-lhe as portas da ascensão política. Porém, o seu próprio mordomo e um impertinente repórter do Le figaro acabam por causar uma verdadeira catástrofe doméstica. Para agravar a situação, uma vespa aparece também lá por casa.
O encenador João Mota, homenageado este ano em Almada, alerta-nos para o facto de que “Feydeau é um precursor do surrealismo e do absurdo. Neste texto, a figura da esposa apresenta-se como uma lutadora pela emancipação da mulher. Se, à partida, esta personagem chamada Clarisse parece tonta, na verdade ela ‘de tonta não tem nada’: denuncia o marido e seduz o político seu rival, mesmo nas suas barbas. Por mais que o Sr. Ventroux insista para que se vista, ela acaba por andar sempre em camisa de noite pela casa.
Chega mesmo a dizer que, se recebesse a família real inglesa, punha ‘apenas um roupão por cima’, revelando uma posição crítica relativamente à sociedade burguesa, e ‘à maneira errada’ como vive”.


EN In Please Don’t Walk Around in the Nude, we are touched by Feydeau’s comic madness from the outset. Ventroux, a French politician, is trying to explain to his wife, Clarisse, that it is indecent for their son to see her wearing only her slip. She doesn’t understand what is wrong with this or, for that matter, with her being seen in her nightgown by household servants, peeping-tom neighbours, and even Hochepaix, the mayor of a nearby town. The play’s central conflict is caused when Clarisse’s ingenuous and disputable logic meets up with Ventroux’s “appearances are everything” outlook.


ALMADA

Escola D. António da Costa . Palco Grande

SÀB 08

22h00


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