38º Festival AlmadaEspectáculos

Discurso sobre o filho-da-puta

De Alberto Pimenta | Direcção de Fernando Mora Ramos (encenação) e Miguel Azguime (composição musical)

Teatro da Rainha (Caldas da Rainha) e Miso Music (Lisboa)


Música original
Miguel Azguime
Cenografia e Figurinos
Fernando Mora Ramos
Iluminação
António Anunciação
Lucas Keating
Quarteto de cordas vocais
Cibele Maçãs
Fábio Costa
Marta Taveira
Nuno Machado
Galeria de retratos
do filho-da-puta
José Serrão
Estátua do filho-da-puta
Mariana Sampaio
Produção
Ana Pereira

Língua

Português
Duração
90 min.
Classificação
M/14
folha de sala

«Esta peça textual – um sermão burlesco contemporâneo, editado pela primeira vez em 1977, objecto já de várias traduções – é um grito gramaticalmente impecável, rigoroso de sentidos e forma, pela liberdade livre e contra o preconceito e o amiguismo hipócrita e nepótico que continua a constituir os modos da nossa sociabilidade, muito atravessados de ambições de poder e poderes de facto.

O mundo convocado é o das solenidades e do oficialismo do antes-25 de Abril, pois era nesse ambiente malsão e bolorento que as características favoráveis ao desenvolvimento do vírus da filha da putice progredia: a delação e a figura do pide informador, muito disseminada, os caminhos do arrivismo e as técnicas de sacanear o parceiro, a traição dos ideais, a ortodoxia burra, o complot, a manobra obscura, a capacidade de insinuação…

O filho-da-puta é um amante das datas que celebram mortes, um militante da acumulação de regressos evocadores do passado. O filho-da-puta é avarento, como o de Molière. Poupado, cobiça a mulher e o marido dos próximos, não está longe da figura de Tartufo – um filho-da-puta eminente –, nem da figura abundante do religioso pedófilo, nem do cinzentismo salazarento do funcionário cumpridor que nada faz e tudo cumpre, nem do novo-rico trauliteiro da política, cujo conservadorismo fascizante é um vírus legal e visível, em acção numa democracia que só pode estar doente de saudade do fedor sacristão e policial dos tempos da velha senhora.» (Fernando Mora Ramos)


EN «This text – a contemporary burlesque sermon, first published in 1977 – is an eloquently impeccable cry of rebellion and truth. It is simultaneously rigorous and free in its meaning and form, taking a strong position against prejudice, hypocrisy and nepotistic cronyism. The ‘son of a bitch’ referred to in the title loves to celebrate death and to accumulate evocative regressions from the past. He feels sick with nostalgia for the police stench from the old times of dictatorship.» (Fernando Mora Ramos)


ALMADA

Teatro-Estúdio António Assunção

SEX 16

SÁB 17

DOM 18

20h30

15h00 e 20h30

15h00 e 20h30

SEG 19

TER 20

QUA 21

QUI 22

SEX 23

20h30

20h30

20h30

20h30

20h30


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